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Francisca

  • Foto do escritor: Alayê Imirá de Brito
    Alayê Imirá de Brito
  • 14 de jan.
  • 2 min de leitura

Francisca Alves em seu jardim
Francisca Alves em seu jardim

Ouvi (ou li) em algum lugar que, para atingir os objetivos que quero na vida, tenho que seguir uma rotina e acreditar em mim mesmo. Achei um papo de coach do caramba no começo, mas depois entendi que precisava focar um pouco mais em mim.

Então, de três em três meses, crio um checklist de coisas que quero conquistar durante um período e dou check nas coisas que alcancei e deixo em branco o que não foi possível realizar.


Não justifico a não realização. Só deixo anotado para que eu não esqueça de dar atenção nos próximos meses. É um balanço de desejos simples de compromissos que criei para mim mesmo. Uso para entender e reconhecer o meu progresso, já que eu tenho entendido que ninguém fará isso por mim.

Felizmente, tive mais ‘checks’ do que espaços em branco nessa última. Compartilho com vocês:


[] Atividade física (pelo menos) 5x na semana.

[] Ter R$1.000,00 investidos no fim de abril.

[x] Perder 2kg.

[x] Dedicar tempo à família (ao menos, nos finais de semana).[x] Conquistar alguma meta profissional.

[x] Sair de casa para comemorar a conquista.[] Levar problemas reais para a terapia.


Tem mais algumas coisinhas que não incluí aí. Mas, de uma forma geral, essas foram a mais importantes.


Em seguida, faço um segundo exercício de olhar o histórico de fotos no Google para refrescar a memória. Quando vejo, lembro daqueles dias vividos e até embarco em um sorriso de canto da boca quando lembro que um, daqueles muitos dias, foi bom. Recordo desse dia com sabor e relembro dele como se fosse ontem.


Mas, esse balanço de agora veio de uma forma diferente porque, em muitas fotos, me vi só.

Muito só! Igual agora, enquanto escrevo e releio esse texto em silêncio e refletindo a música de fundo.


Vi um vídeo da minha vó na galeria e sorri de alegria.


Como coloquei como meta de ir visitá-la com mais frequência, acabo ouvindo as histórias repetidas dela por mais vezes. Em um desses finais de semana que estive lá, ela encheu a boca para falar com alguma visita que sempre vai na casa dela que não me reconheceu, que eu sou o segundo neto dela, que estudou nos Estados Unidos e que se formou em Relações Internacionais. Minha vó, Francisca Alves, que nasceu 45 anos depois do 13 de maio de 1888.


E, isso é mágico porque ela não faz ideia do que uma pessoa formada em Relações Internacionais faz da vida.


Para ela, o mais importante é que ela tem um neto formado e que vem tomando conta dele mesmo nessa rotina que estabelecida por ele mesmo, para conquistar objetivos pessoais que, diretamente, vão refletir somente nele mesmo.


Indiretamente, o fato de ter ambições e objetivos, cuidar de mim sem levar dor de cabeça para dentro de casa, é importante.


Para uma família de gente preta que veio de escassez, entendo que isso é grande demais.

E isso tem sido bom! Mas, solitário.

 
 
 

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